quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SOBRE A EMERGÊNCIA DO SUS

Há algum tempo atrás acompanhei e propus a um amigo, para que relatasse sua experiência numa cadeira de rodas pelo SUS, no Hospital Conceição, 7 dias e 7 noites, tinha dores horríveis e precisava retirar um olho, já que a experiência realizada pelo banco de olhos, em forma de emergência, não teria dado resultado. Me lembro que foi uma época muito difícil, as dores horríveis, dormir abraçado na mãe e tomando remédios muito fortes, uma fase que foi superada após uma luta angustiante até a retirada e implantação de um globo ocular novo. Era tão interessante a trajetória dele naquele hospital que propus lançarmos um livro contanto essa história comovente e o tempo depois que esteve internado e ajudava os pacientes do seu quarto que continham um tanto de pacientes no mesmo quarto que o seu separado apenas por uma cortina... A intenção desse texto é apenas verificar que o atendimento do sus em determinados lugares continua o mesmo, mudou talvez para pior, como saber? As pessoas continuam a chegar e atrapalhar a vida dos outros que realmente necessitam de atendimento, chegam na ambulância porque caíram no banheiro fazendo a barba, estando bêbadas ou não, como a situação é de emergência passam na frente dos que ficam 6 a oito horas na espera. Ali, quem não estava doente, ou estava com uma dor "segura", acaba piorando, as cadeiras completamente desconfortáveis, para se passar ali todo aquele tempo, além disso, na rua tem os bancos, que o encosto é na parede, as pessoas continuam tendo ataques na fila, outras choram desesperadamente, outras são avaliadas pela necessidade emergencial, fita vermelha(está muito ruim), amarela(desesperadora) verde(em condições) azul (menos emergente). Como fazer um planejamento desse atendimento por uma classe menos favorecida onde se misturam até os conveniados. É um atendimento de quinta categoria para o povo, onde os bêbados, velhos, moradores de rua, drogados e loucos de todo gênero, passam o atendimento na frente da mãe que trabalha, que está doente, do trabalhador que vem direto do trabalho com aquela roupa e cheio característico de obras, do gerente, do pai de família que machucou o pé, certamente vão criar o atendimento preferencial para os afrodescendentes também, é o que acontece nesse país. Então, se temos que arrumar o atendimento, tem-se que criar um plano de gestão que primeiro se dê condições de atendimento para esse povo, não em nível hoteleiro, mas com condições básicas de monitoramento desde a entrada até a saída do paciente, com o mínimo de aparelhagem que possam fazer esse pessoal se sentir menos humilhado e em condições de ficar mais tempo longe de uma emergência desse tipo.

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