quinta-feira, 31 de março de 2022

Municipários no prejuízo por Juremir Machado da Silva

 Municipários no prejuízo


31 março 2022


 por Juremir Machado da Silva


 A mídia tradicional não gosta de funcionários públicos.


 Odeia greves ou qualquer tipo de mobilização de trabalhadores.


 Jamais apoia qualquer reivindicação de concursado.


 Na França, na Alemanha e em Portugal, para citar apenas três países progressistas que gostamos de visitar, volta e meia a imprensa dá razão a manifestações de funcionários.


 Aqui, não. 


A mídia brasileira é patronal por natureza. 


Está no seu DNA. 


Na escravidão, os veículos principais, inclusive A Província de São Paulo, que se tornaria O Estado de São Paulo, publicava anúncios de escravos fugidos, editais de leilão de escravizados e editoriais furiosos defendendo os escravistas.


Ainda hoje não interessa saber se os funcionários têm razão. 


É pau neles ou silêncio total.


 Afinal, a ordem deve ser respeitada.


Os municipários de Porto Alegre negociam reposição salarial com o prefeito Sebastião Melo. 


A situação é crítica. 


Só perdas. 


A cidade, de resto, anda pelas caronas.


 A Redenção, que será invadida por um “polo gastronômico” absurdo (como foi que passou tão facilmente na Câmara de Vereadores?), anda meio atirada, mas foi lustrada para a festa dos 250 anos de Porto Alegre. 


Uma profusão de funcionários fez do parque um brinco para receber as visitas e os bailes programados.


 Passada a alegria, volta a rotina: 


salários defasados, direitos alterados, proposta ínfima de correção, negociações emperradas.


 E a mídia?


 Nem aí. 


Para a mídia todo funcionário público é um nababo.


A inflação passou dos dez por cento e não dá sinais de recuo. 


Jair Bolsonaro, que o prefeito Melo, assim como o governador Eduardo Leite, apoiou, perdeu o controle da economia. Em

 consequência, cada trabalhador vê o seu poder aquisitivo ir pelo ralo a cada mês.


 Melo ofereceu aos municipários de Porto Alegre reposição de 10,6% parcelados até 2023. 


Enquanto isso, a prefeitura quer transferir para o Previmpa parte da sua dívida com pensionistas anterior à criação da previdência superavitária dos funcionários da cidade.


No dia a dia sem floreios nem paz, escolas e centros de saúde sofrem com tiroteios, falta de segurança e condições de trabalho.


Até parece piada, só que é trágico: 


o governo municipal quer pagar progressões atrasadas em cem parcelas.


 Mais de oito anos. 


Dá tranquilamente para morrer antes de receber tudo.


 As perdas inflacionárias já chegam a 33,98%. 


Só na administração Melo já são 13%. 


Desde 2016 o poder de compra só encolhe e ninguém faz nada. 


Nota de rodapé: 


Michel Temer, com sua “ponte para o atraso”, entrará para a história como o homem da mesóclise que mais estrangulou quem vive de salário no País.


 Bolsonaro chegou e completou o serviço. 


O tal mercado adorou. 


Melo conseguiu aprovar a alíquota de 14% de previdência para aposentados a partir de 2,4 salários. 


É uma mordida e tanto.


João Ezequiel, diretor do Sindicato dos Municipários (SIMPA), assegura que a categoria quer continuar negociando, mas a proposta do governo precisa melhorar. 


A bola está novamente com a prefeitura.


No Estado, o ritmo não é diferente, como bem sabem os professores.


 Neste Brasil sem porteira, a única coisa que realmente subiu acima da inflação foi o indecente fundão eleitoral. 


De resto, quem sua a camisa vê todo dia o boi indo embora com a corda. 


Alguns chamam esse descalabro de política de responsabilidade fiscal.


Os municipários, cujo chefe atual é Sebastião Melo, também pagam o pato.


 A imprensa dá de ombros: 


que se ferrem esses privilegiados!


Nelsonpoa: A grande questão aqui, é que os governos (patrões), não cumprem os acordos e a Lei, alegam questões de falta de dinheiro e da LRF, e embaranham as finanças até aparecerem que não podem pagar por causa da Lei. Mesmo quando as finanças estão em ordem, simplesmente não querem cumprir à Lei, e a Lei é clara, reajuste pela inflação, uma vez ao ano, mesmo que de forma parcelada decidido numa mesa de negociação. Durante isso, modificam as leis, tiram vantagens, cortam garantias, aplicam novas Leis através daqueles que fazem as Leis, mas que não as cumprem quando estão contra si. 

Isso tudo é uma farsa, ou uma falta de respeito, Marchezan não pagou e ainda retirou direitos importantes do plano de carreira, mudando as regras de quem  escolheu a carreira pública para não ter que empreender com essa economia que está aí, taxa selic foi de 1% para 11,75% para segurar a inflação, muito perto disso. Se você fez um concurso com aquelas regras, para quem entrou acreditando que ela iria ficar até o final da sua carreira, o que aconteceu foi uma extorsão, um roubo a carreira e ao salário, nem a decisão de aceitar ou não ou de colocar outro plano no lugar, uma verdadeira roubalheira, não pagam os reajustes previstos em Lei, e querem que os funcionários paguem as suas contas, já que o patrão não paga o que prometeu, o que ocorre na verdade é que o Município é caloteiro, mal pagador, extorque, mente, e utilizar de falsos métodos para atrapalhar a vida das pessoas e dos funcionários. 

Retirando dos funcionários salário, vantagem e investindo em obras que são para carros e mobilidade urbana de padrão fora da sua alçada, porque poderia fazer através dos financiamentos, retira do seu próprio caixa a questão da viabilização de investimentos que os funcionários fazem diariamente, fazendo a economia girar em todos os sentidos, com essa política, a cidade se torna progressiva, mas seus cidadãos vão estabelecer a dedo aonde vão poder investir o seu salário de forma estratégica, aonde a Prefeitura não esteja por perto.

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