Como manter-se vivo

Sinopse: Como manter-se vivo? Investiga a urgência de permanecer em movimento como um procedimento de sobrevivência. Um questionamento de como nos relacionamos com a imaterialidade das relações propostas pelos dispositivos e a certeza da nossa impermanência. Como continuar em movimento?   Como resistir ao desequilíbrio e a instabilidade da existência? Como persistir no tempo? Uma prática circular que por não desistir sucumbe à falha eterna e inerente da matéria. O colapso da própria vida/arte na ausência de uma perspectiva de futuro do fazer/ser em dinâmica em uma conjuntura estática, monitorada, programada… até o dia em que os robots incorporam melhor que nós humanos, a nossa própria humanidade.

Como manter-se vivo

Flavia Pinheiro/ PE    

Indicação: Livre

Duração: 50min

Nelsonpoa: O que eu sempre tive medo foi de que em algum momento, eu poderia ser descoberto, logo, eu sou uma fraude, não consegui me superar, e não consegui superar as pessoas que acabaram em vendo de uma forma diferente, não na verdade aqueles que estão junto comigo há muito tempo, não foi muito fácil lidar com essas incertezas, eu, talvez esperasse que um dia ela viesse me pedir desculpas, e talvez tenha sido isso que tenha me mantido vivo por tanto tempo, era necessário a busca da auto preservação, do abigeato cultural de mim mesmo, de me ver de uma forma como nunca pudera estar, eu me refiz de tudo aquilo e agora tenho uma grande possibilidade de me converter ao que toda a condições de equilíbrio pode me transformar, num escritor que pode estar querendo se encontrar no melhor espaço que posso ocupar de mim mesmo, a minha grande capacidade de preservação, mesmo que todo o sistema estivesse duvidando do quanto eu teria que me modificar para acabar chegando aonde estou hoje, de uma forma que eles estão vendo o quanto de doação eu acabei fazendo para preservar a família, foi um grande erro cometido em uma determinada época por uma falta de vontade de continuar, muito tempo de afastamento e os sonhos se sucedendo um após o outro e não sabendo que isso certamente queria dizer alguma coisa, uma forma de contato com aquilo que ainda estava muito ligado a você mesmo. Se existe uma recuperação possível, isso deve ser feito de uma forma mais previsível, não uma casualidade, mas sim, uma carta, isso, uma carta, seria possível ser remetida, mas para onde?  Como fazer uma comunicação sem ninguém saber? Isso não será possível, teria que ser feira apenas de uma forma, pessoalmente, mas e se fosse tratada mal, como isso afetaria sua auto estima? Na verdade isso teria que ser feito de alguma forma.
Talvez ele ache que eu mereça uma forma de felicidade definida por ideais que não ficaram para trás, afinal se ele mesmo foi o grande motivo de sair, não tendo sido  ele que desejou, porque deveria se sacrificar tanto, perder tudo e abrir mão do que foi conquistado há tantos anos? Logo, existe uma desconfiança que transcende o que realmente aconteceu, na procura de tentar se reabilitar pelo que fizeram ele passar, como resposta ele se relacionou novamente e deu uma adeus ao que existiu num futuro anterior. Dessa forma acaba se vendo que tudo aquilo que aconteceu, foi por sim, uma grande forma de encontrar motivos pífios para se ter certeza de quem tinha razão era um separação que talvez nunca devesse ter ocorrido, dessa forma, logo, alguém estava pagando pelo que fez de errado no passado e talvez eu não devesse interferir mais naquela vida.