terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Há descobertas que só serão feitas depois de se perder alguém

Eu me permito dizer que já vi casal chorando por não conseguir mais ficar junto, não havia mais o que fazer, por mais que se gostassem, os desentendimentos transcendiam o relacionamento do casal, passava por cima, não havia o que ser feito, quando se perde dessa forma, é um sentimento de derrota. Existem outros, nada equiparado como a morte, porque é onde tudo acaba, mas ser viúva do ex ainda vivo e saindo com outra ou até mesmo sozinho e fazendo aquilo tudo que qualquer mulher ou Homem sempre foram vinculados, de que perderam uma pedaço da sua vida e não fizeram nada para que isso não acontecesse de fato, é quando o orgulho, a emoção de não querer reconhecer a dependência, de não se humilhar sem perder a classe, de ficar vazia ou perde de sentir a dor no coração quando esse perde a razão sobre si mesma. Depois só sobra as lembranças, o vazio da solidão, a música, o vento batendo na sineta, a churrasqueira vazia, os espetos enferrujando ao tempo, morrer dessa forma, quando ainda se está vivo é uma prisão, um castigo da alma, da lembrança que um dia passou um acontecimento, que durou anos, de vida que não se sabe ao certo onde teria se partido, apenas a insana ingratidão e cobrança sobre si mesma, apenas um pedido de perdão, um choro de audácia, um chamamento para a verdade e realidade de uma vida que não volta mais.
Começamos hoje uma série de contos que apenas falam, não da perda, mas da procura de alguém que talvez não exista mais e as lembranças de uma que existiu apenas no destempero de relação não resolvida como se deveria.

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