sexta-feira, 23 de março de 2018

Fim do mistério: obra de três metros de altura que sumiu da Casa de Cultura foi para o lixo

Parece que é um mistério, mas não é. Lembro de dois casos interessantes, o primeiro quando eu mesmo desenhei o laçador para decorar a minha sala, uma obra que levou em torno de três meses mais ou menos, uma reprodução de jornal, uma homenagem do então Jornal Zero a cidade de Porto Alegre, mas meus colegas, infelizmente, revoltados com o governo da época, transformaram a "obra de arte" em painel de grevistas. Só sei que depois de muitos anos, resolvi refazer o tal painel, quase nas mesmas condições anteriores, eu tinha essa capacidade de copiar em tamanho normal, mas com uma condição mais abrangente. Logo, a primeira vez foi intencional e o restante das obras realizadas durante os anos, eu não dei o devido valor em guardá-las nos lugares que futuramente renderiam presentes e outras emoções em razão de épocas vividas.
A outra situação me remete aos anos de 1998, quando tinha uma chefia, que se dizia pura, aberta, com pensamentos claros ao futuro, do tipo que não atendia o telefone para ninguém, mesmo estando na sua mesa e na sua sala, e mesmo quem estivesse ligando, estivesse na frente da sua sala, olhando pela janela, sabendo que ela estava lá...
Cansada de ver aquelas inúmeras reclamações dentro do seu serviço, e não tendo funcionários que trabalhassem naquelas reclamações e que se interessassem pelo funcionamento das mesmas, pela grande capacidade de desprendimento que a atividade exigia, face ao sistema que era necessário conhecer naquela época,  era necessário tomar uma decisão. Então, certo dia eu cheguei, para o serviço noturno e encontrei a mesa vazia, mais de 1000 reclamações, aonde teriam ido parar, junto todo levantamento realizado sobre a zona sul da cidade, horas de trabalho de levantamento de várias pessoas envolvidas e que renderiam um retorno de investimento muito grande, encontrei grande parte no lixo, que já estava sendo recolhido e não me interessei mais pelo assunto, o caso virou um artigo, talvez um dos textos que já escrevi, do levantamento que foi realizado antes dessa situação crítica e o retorno que a mesma apresentou junto a questão tecnológica e pública.
A chefe, afro descendente, militante política, feminista articulada,  ainda permaneceu por mais um ano na frente daquele serviço, com uma grande capacidade de realizações dessa natureza.

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