sábado, 16 de setembro de 2017

Aposentadoria precoce?

Pois então, foi essa semana. Uma aposentadoria que vinha se desenhando a cada semana, era para ser em novembro, pulou para outubro, e acabou ocorrendo em setembro, ele não estava mais querendo ficar, já estava pensando como se estivesse fora, mas ele ficou ali, resistindo até o último momento, mas foi bacana, teve bolo, salgados, refrigerantes, placa e book, discurso e algo que possa nos transmitir segurança de que quando saímos teremos algo assim. Foi o primeiro caso em que vi uma homenagem daquela forma, um momento único de um profissional que se dedicou a vida inteira por um trabalho que lhe ocupava o protocolo rígido de entrada e saída da empresa, de cartas de apreço ao diretor e de tantas normas que deveriam ser cumpridas, ele não aguentava ficar mais. De um outro tempo atrás, um outro, com o mesmo nome e um outro com codinome igual também saíram, pela porta da frente, um depois de anos procurando a atividade que viesse de encontro aos seus ideais finalmente lhe desse credibilidade como funcionário e outro que a sua história merecia mais do que placa, merecia reconhecimento, de estudo, de fadiga e de capacidade de encontrar economia nas suas conclusões de que tinha e sabia da vida profissional. Saíram sem festa, sem placas, só com o reconhecimento da empresa, apenas pelo trabalho executado. Duas formas diferentes de encontrar respostas que procuramos, alguns preferem sair sem se despedir, outros fazem questão de deixar o último parecer do que foi o seu legado. Eu acho que mereço tudo isso, mas se tivesse que sair, eu escolheria as pessoas que iriam fazer a homenagem, eu faria a placa, eu mesmo daria os lookings do book, do dvd e das músicas que iriam tocar no dia certo e do local que isso iria ocorrer e em que condições, eu faria a minha homenagem e teria comigo as pessoas que realmente mostrassem para mim que eu fui o que muitas gostariam de ter sido. Sei que muitos já não estariam mais presentes, mas sei que a memória deles permanecerá com a minha, numa festa e numa confraternização em que a empresa apenas é uma forma de encontrar o nosso próprio destino, de que existe vida sim após o trabalho, e que a gente não precisa esperar se aposentar para vivê-la.

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