domingo, 10 de novembro de 2019

BANDO DE CAFONAS (coluna póstuma de Fernanda Young,

"A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. Não exatamente nas roupas que vestimos ou nas músicas que escutamos — a pessoa quer falar do mau gosto existencial. Do que há de cafona na vulgaridade das palavras, na deselegância pública, na ignorância por opção, na mentira como tática, no atraso das ideias.

O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo e esfrega sua tosquice na cara dos outros. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas.

O cafona manda cimentar o quintal e ladrilhar o jardim. Quer todo mundo igual, cantando o hino. Gosta de frases de efeito e piadas de bicha. Chuta o cachorro, chicoteia o cavalo e mata passarinho. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. É rude na língua e flatulento por todos os seus orifícios. Recorre à religião para ser hipócrita e à brutalidade para ser respeitado.

A cafonice detesta a arte, pois não quer ter que entender nada. Odeia o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias. Segura de si, acha que a psicologia não tem necessidade e que desculpa não se pede. Fala o que pensa, principalmente quando não pensa. Fura filas, canta pneus e passa sermões. A cafonice não tem vergonha na cara.

O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer vencer, para ver o outro perder. Quer ser convidado, para cuspir no prato. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos.

Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país."

Nelsnpoa: [16:22, 28/08/2019]  Pois lendo a coluna da Fernanda eu vinha tentando resgatar essa "diferença" que nos eleva a um patamar de pensamentos tão distantes, eu diria que seria igual ao limite quando ele tende a zero pela esquerda, é sem saída, tem coisas que a família tem nas suas origens a sua força com o sangue que corre nas veias, assim são os pensamentos. Eu com certeza seria igual, até o dia que eu decidi que não queria ser mais assim, eu queria realmente ser "diferente", começou lá pelos anos de 90, quando comecei a fazer meus primeiros cursos de relações humanas.
[Depois começou a se suceder um após o outro, ABRH, CRA, CRECI, e outros voltados especificamente a área de RH, em 95  uma pós graduação em Adm de Recursos Humanos, até palestras dei sobre o tema, e os caminhos se abriram mais ainda, cursos de gerenciamento em Recursos Humanos, fiz um curso na , sobre liderança em que fui aplaudido pela minha visão de participação de todos no processo de construção do meu grupo e da empresa.
Nelson: Após continuei como Presidente de Comissões, onde o meu discurso era para os faltosos, que podia a minha largar ele de mão, o filho não procurar por ele, a bebida tomar conta, as drogas consumir os pensamentos dele, até o cachorro ia abandonar ele, mas o único lugar que não iria abandonar ele, era o trabalho, aquele era a única alternativa de que ele poderia ser visto e respeitado ainda como um ser humano que merecia valor, de que até o chefia teria que respeitar ele, pois aquele lugar era dele e que ele tinha que ser respeitar e respeitar, e colocava o processo em cima da minha mesa dizendo que eu estaria acompanhando eles, eles nunca voltavam para falar comigo e mandava o processo para arquivar.
[16:23, 28/08/2019] Nelsonpoa: Não posso me considerar um cafona, já fui chamado assim, quando usava as calças dos meus irmãos, quando trabalhava numa empresa pouco séria na época, a minha calça de passarinho  era do meu irmão ...hoje esse termo para mim está muito, mas muito longe do que eu penso em relação às pessoas e as suas necessidades, essa é a diferença que tanto me atrapalha, e brega é quem gosta de Cadeira de Rodas, a música, Reginaldo Rossi, essas coisas...eu já não consigo mais ouvir as músicas como antigamente...com o tempo sei que a gente piora, mas seu estudei tanto e trabalhei tanto com isso, não é justo que eu tenha que ser aquilo que eu passei longo tempo tentando não ser.

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