sexta-feira, 8 de julho de 2011

SOBRE A TRÉGUA DO CPERS AO GOVERNO DO ESTADO

Sinceramente é difícil realmente entender porque tantos governos passaram e a situação dos professores do Estado do Rio Grande do Sul continua a mesma. Lendária aquela passeata dos professores no gigantinho onde após mais uma assembléia decidindo pela greve, em direção à praça da Matriz, com a charge do então governador Jair Soares com as orelhas de burro sendo o grande destaque daquele movimento. Quem não se lembra disso? De lá para cá, foram tantos governadores, a esquerda chegou a pedir um reajuste de noventa e poucos porcento quando presidia o CPERS, Lúcia Camini se não me engano. O que ela não esperava é que ela fosse um dia a Secretária da Educação agora do lado contrário, um dos maiores fiascos em termos de negociação com o próprio CPERS, não era possível conceder reajuste maior que dez por cento. Aliás esse foi o maior problema que ambos vivenciaram, a esquerda virou direita e a direita virou oposição, uma grande confusão que até hoje perdura. Não entendo como é que o governador Collares conseguiu no município resolver a situação dos professores, com salários dignos e não apenas com ideologias baratas, valorização. Hoje temos vários professores demitidos da escola particular, já aposentados até, mas com grande capacidade de ensinar e se fazer entender. Professores que trabalharam  até no Colégio Anchieta trabalham hoje no município, na "vila" inclusive, em troca do salário e do reconhecimento. Collares implantou esse plano de carreira no município de forma revolucionária, dialogou, debateu, pesquisou, ouviu os funcionários antes da implantação em julho de 1988, o primeiro do município, antepondo-se aos outros que viriam depois. Tanto que de lá para cá, nada mais ouve que mudasse aquele marco até os dias de hoje. Para aprovar aquele plano Collares arrochou o salário dos municipários durante três anos, enfrentou greves, brigas internas e externas, quem sobreviveu viu o que aconteceu depois, mas isso é outra história a ser contada em outra oportunidade. Collares não conseguiu implantar o mesmo Plano no Estado, apenas conseguiu resolver a situação da falta de vagas nas escolas do estado, com a implantação do calendário rotativo, uma revolução na educação, tanto que nunca mais se ouviu falar na falta de vagas. Collares se perdeu, como todos os outros se perdem, tinha uma ideologia que vinha de Leonel Brizola, mas não foi suficiente para quebrar tantos paradigmas. O que falta até hoje para os governantes é planejamento, programação, é um projeto que contemple a verdadeira revolução na Educação Pública, e isso não necessariamente passa por greves, salários e "tréguas" seja de que lado for. Ao governo do Estado é necessária a coragem de entender que sem a educação, o estado, os alunos e pais terão uma tarefa às vezes triplicada no crescimento e um desempenho pífio quanto ao trabalho profissional e emocional quando da idade adulta dos alunos, ainda mais na questão competitiva com outros estados e em relação aos municípios que tem uma educação diferenciada. Trégua não é a solução.  

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