Na outra vida eu tinha empregada, tinha poder, fama, dinheiro, carro, apartamento, liberdade de ir e vir, mas aquela vida acabou passando por cima de mim, me atropelando, me enclausurando, me expondo como um Homem casado, que vivia uma outra vida, num outro momento; foi a partir de 2012 que a coisa foi-se perdendo e entrando numa rota de colisão comigo mesmo. Nem era para falar nisso na verdade, eu apenas queria dizer que naquela época, uma certa vez, entrei em casa, e joguei os sapatos para um lado, o casaco para outro, as meias para outro ainda e toda estrutura como pasta, chaves, relógio e o que tivesse a mais no corpo, para um lugar comum na sala, foi quando eu me vi no meu filho, que fez a mesma coisa, do mesmo jeito, da mesma forma, não da imitação, do sentimento de liberdade posto a prova, foi um momento considerado um fracasso como exemplo; foi ali que me despi de tudo, e retornei ao protocolo, ao sentimento de preso e ao mesmo tempo vivendo aquele protesto e estar num lugar que mesmo que fosse uma proteção era o significado de que para se manter aberto e digno consigo e os outros é necessário não se transformar em borboleta, não era hora, ainda.
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