Diferente da operação capa dura, essa requer habilidade de investigação de quem entra nos motéis, como saber quem está lá dentro? Certamente pela placa do veículo ou por algum informante de dentro dos estabelecimento. É um procedimento caro frequentar os motéis durante determinado tempo, ou apenas para alguns encontros, ou seja, trata-se de uma aventura onde cada parte quer se valer do seu desejo e da sua avaliação sobre com quem quer ter momento íntimo e o que pode acontecer a partir dali. Pode ser apenas um encontro com uma garota de programa ou quem quer que seja, mas a questão é que o objetivo é aplicar um golpe de quem entrou no motel por qualquer motivo seja, explorar a fragilidade dos relacionamentos.
Uma vez uma amiga me pediu para buscar a aliança que havia esquecido no local, apenas por eu ter carro e localização privilegiada para chegar no mesmo. Pensei, uma aliança, é uma perda e tanto, como justificar a situação, uma aliança de casamento é um significado e tanto. Fui ao local e me entregaram o produto, estava sozinho, seria fácil justificar a permanência por poucos minutos que sejam, mas se isso vazasse, acabaria por envolver desculpas e justificativas que nem cabem, dando a margem para desconfianças. Me lembro que uma vez um amigo quase se separou da mulher porque o brinco da minha namorada havia caído no banco do carro, até um fio de cabelo encontrado pode gerar um rebú daqueles, aquela carona. Já tive um baton na bochecha mal explicado, eu tinha dado uma caixa de bis para uma colega, e ela para me agradecer, tacou o beijo lá mesmo, na bochecha, a marca ficou, em todos os sentidos.
Se eu fosse especialista no golpe, talvez me atrevesse a ir nos Drive ins, esses sim, são frequentados por vários tipos de pessoas, de gêneros e transgêneros como queiram, carros luxuosos e de motoristas da alta, frequentam por que é um lugar mais seguro para não ser descoberto de nada, embora altamente insalubre, ali tudo pode acontecer, menos esse tipo de operação, os riscos são iminentes para todos.